Após a entrevista de visto americano, alguns casos de visto podem ser colocados em processamento administrativo ("administrative processing"). Isso significa que o consulado não chegou a uma decisão final imediata e vai conduzir análises ou verificações adicionais antes de emitir (ou negar) o visto. Em termos técnicos, o caso é considerado "recusado sob seção 221(g)" (recusa temporária) até que se conclua o processamento adicional. É importante destacar que isso não é uma negação permanente – trata-se de uma etapa intermediária, relativamente comum, e não significa necessariamente que o visto será negado ao final.
Se o visto entrar em processamento administrativo, o oficial consular informará na hora da entrevista. Geralmente o solicitante recebe uma folha explicativa ou formulário 221(g) indicando que o caso ficará pendente. Nesse documento ou comunicação, o consulado pode listar documentos ou informações adicionais que o solicitante deve providenciar OU simplesmente informar que a solicitação requer verificações adicionais internas (sem exigir ação do solicitante além de aguardar). Em ambos os cenários, o status do pedido no sistema de vistos do Departamento de Estado ficará marcado como "Refused" (Recusado) ou "Administrative Processing" durante esse período – novamente, isso é normal no contexto do 221(g), indicando recusa provisória até conclusão do processo.
O solicitante deverá enviá-los conforme as instruções dadas – muitas vezes via upload em um portal, e-mail para o consulado ou entrega física no CASV. Por exemplo, podem pedir cartas de emprego, currículo, pesquisas acadêmicas, esclarecimentos sobre financiadores, ou outros comprovantes dependendo do caso. O solicitante terá um prazo para fornecer os documentos pendentes sem precisar pagar nova taxa ou iniciar novo processo. É recomendável enviar tudo o que for solicitado o quanto antes para não prolongar a espera. Uma vez recebida a documentação, o caso continuará em processamento administrativo até decisão final.
Isso significa que o consulado está conduzindo checagens de segurança ou análises internas (ex.: verificação de antecedentes, validação de dados da petição junto a Washington, consultas a outras agências governamentais dos EUA, etc.). Nesses casos, o solicitante apenas deverá acompanhar o status e aguardar contato. Frequentemente, o consulado retém o passaporte durante um período inicial, mas em processos mais longos pode optar por devolver o passaporte ao solicitante enquanto aguarda a conclusão das investigações. Caso o passaporte seja devolvido, virá junto uma instrução de enviá-lo de volta ao consulado quando o processo for concluído, para então emitir o visto. Se o passaporte permanecer retido, o visto será colado automaticamente caso a aprovação ocorra.
Em qualquer dos cenários, o acompanhamento do status pode ser feito online pelo portal CEAC (Consular Electronic Application Center) inserindo o número de confirmação do DS-160 (para vistos não-imigrantes). O CEAC exibirá um dos status possíveis: "Em Processamento", "Processo Administrativo", "Aprovado" ou "Recusado", conforme o estágio. No caso específico do 221(g), o comum é ver "Refused/Administrative Processing" até que haja mudança para "Issued" (aprovado) ou "Denied" (negado definitivamente).
Importante: o Departamento de Estado não permite consultas sobre o caso nos primeiros 60 dias após o início do processamento administrativo. Ou seja, até passar dois meses, mesmo que o solicitante envie e-mail ao consulado perguntando, é provável que receba apenas a resposta padrão de que "está em processamento e não há prazo estimado". Após 60 dias, se não houver resposta, o candidato pode tentar contatar o consulado para uma posição, mas muitas vezes a resposta será apenas para continuar aguardando. Enquanto isso, não há muito a fazer além de acompanhar periodicamente o CEAC e checar o e-mail (o consulado entrará em contato se precisar de algo mais ou quando concluir o caso).
Não há um prazo fixo – a duração varia conforme os motivos e procedimentos envolvidos em cada caso. Em situações simples (por exemplo, mera correção de documentação faltante), o visto pode ser liberado em poucos dias ou semanas após o solicitante entregar os documentos. Já nos casos que exigem investigações aprofundadas ou aprovação de outras agências, pode levar vários meses.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a maioria dos casos de administrative processing se resolve em até 60 dias após a entrevista. Entretanto, há cenários em que a espera se estende: muitos solicitantes relatam prazos entre 2 a 6 meses, e em casos extremos pode chegar a um ano ou mais. Por exemplo, se houver necessidade de verificações de segurança ligadas a possíveis questões de segurança nacional, o caso pode demandar checagens interagências demoradas. Felizmente, esses casos prolongados são minoria; no contexto brasileiro, são relativamente raros pedidos que fiquem pendentes por mais de 6-12 meses – mas não é impossível (há relatos isolados de espera de 18-20 meses, embora sejam exceções).
Enquanto perdura o processo administrativo, não há garantia de aprovação – o visto somente será emitido se, ao final das apurações, o oficial consular concluir que a elegibilidade foi estabelecida. Caso contrário, o visto permanece negado (por exemplo, se surgirem informações desfavoráveis). Entretanto, em muitos casos o resultado final após o 221(g) acaba sendo positivo, com o visto aprovado e emitido. Infelizmente, ao candidato resta principalmente aguardar. É recomendável não fazer planos de viagem inadiáveis até ter o visto em mãos, pois não há como prever com exatidão quando o processo terminará.
Se houver uma situação de emergência ou extrema urgência durante a espera, o solicitante pode tentar comunicar o consulado (ex.: via e-mail) explicando o hardship (dificuldade) causado pela demora. Em alguns casos raros, isso pode levar a uma agilização, mas na maioria das vezes será preciso esperar a conclusão normal, já que se trata de procedimentos de segurança sobre os quais nem o consulado local tem total controle (muitos dependem de aval de Washington).
De modo geral, um visto pode entrar em AP (Administrative Processing) por diversos motivos – alguns exemplos comuns incluem: documentação incompleta ou inconsistente; necessidade de revisão adicional pelo oficial (caso complexo ou alguma dúvida pendente); ou verificações ligadas ao perfil do solicitante (histórico de viagens, países visitados, antecedentes criminais, homônimos com nomes em listas de alerta, etc.).
No caso de vistos de estudante e pesquisadores, determinadas áreas de estudo ou pesquisa científica/tecnológica podem acionar uma revisão de segurança (Technology Alert List), exigindo um Security Advisory Opinion antes da emissão – por exemplo, pesquisas em áreas sensíveis como engenharia nuclear, robótica avançada, biotecnologia, etc., podem levar a esse tipo de screening.
Já para vistos baseados em petição (H-1B, L-1), às vezes ocorrem verificações do empregador ou da oferta de trabalho (fraude check), ou espera pela confirmação da petição no sistema (PIMS) caso não esteja disponível na hora da entrevista. Cada caso é único, mas todos seguem o mesmo protocolo: se necessário, o visto ficará em processamento administrativo até que o governo dos EUA se satisfaça de que todos os requisitos legais foram cumpridos.
Embora o processo básico de solicitação seja parecido para todos os vistos não-imigrantes, existem variações importantes conforme o tipo de visto e o consulado em que se aplica:
Diferenças por categoria de visto
Algumas categorias têm etapas adicionais antes da entrevista. Por exemplo, para vistos de trabalho como o H-1B e L-1, o empregador deve obter aprovação prévia da petição junto aos órgãos de imigração dos EUA, o que adiciona meses ao processo antes mesmo do agendamento no consulado. Já vistos de estudante F-1/J-1 requerem o registro no sistema SEVIS e pagamento da taxa correspondente, além de documentos como I-20/DS-2019 emitidos pela instituição nos EUA.
Na entrevista consular em si, os critérios de elegibilidade variam: turistas precisam convencer o oficial de que não pretendem imigrar e que têm laços fortes com o Brasil (para satisfazer a seção 214(b)), enquanto estudantes devem demonstrar preparo para o curso e capacidade financeira, e trabalhadores H-1B precisam comprovar qualificação e ter a petição válida.
O tempo de processamento interno do visto após a entrevista também pode variar conforme a categoria – consulados costumam priorizar a confecção de vistos de estudo e trabalho, sobretudo em períodos críticos (ex.: visto F-1 próximo ao início das aulas do semestre, visto J-1 de intercâmbio sazonal, etc., muitas vezes são impressos em poucos dias). Isso significa que, após aprovação, estudantes/trabalhadores geralmente recebem o passaporte rápido, semelhante ao prazo de turistas, mas com um timing ajustado à necessidade.
Em termos de probabilidade de "processo administrativo", teoricamente qualquer tipo de visto pode ser submetido ao 221(g) se o perfil acionar alguma verificação. Porém, vistos F-1/J-1 em áreas científicas/tecnológicas podem ter screening de segurança com mais frequência; vistos H ou L podem ter AP se houver dúvidas sobre a empresa patrocinadora; e vistos B1/B2 raramente entram em AP, a menos que o candidato tenha alguma coincidência de nome ou histórico que exija checagem.
Os prazos de agendamento e volume de solicitações variam entre as cidades. São Paulo é tradicionalmente o posto que mais processa vistos – em 2023, por exemplo, mais de 517 mil vistos foram emitidos em São Paulo, seguido por Rio de Janeiro (230 mil), Brasília (173 mil), Porto Alegre (118 mil) e Recife (87 mil). Isso reflete a demanda maior em SP, que tende a ter agendas mais concorridas.
Vale notar que todos os consulados seguem os mesmos critérios e procedimentos definidos pelo Departamento de Estado; as perguntas na entrevista e as decisões tendem a ser consistentes. Eventuais diferenças na taxa de aprovação entre postos não são significativas. A escolha do local deve ser aquela onde o solicitante reside ou consegue comparecer facilmente – não há evidência de que "um consulado aprove mais que outro" de forma sistemática.
Em termos de estrutura, a maioria têm CASVs de apoio para coleta biométrica e todos utilizam o mesmo sistema de entrega de passaportes. Portanto, a experiência do solicitante será parecida independentemente da cidade, variando mais no aspecto do tempo de espera até a entrevista. Caso um determinado posto esteja lotado, uma estratégia comum é verificar agendas em outro consulado próximo (por exemplo, moradores do Sudeste às vezes agendam no Rio em vez de SP se houver data mais próxima) – isso é permitido, já que não há restrição fixa por domicílio.
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Marcelo Pinto, CEO da SOS Canadá & Mundo dos Vistos, com mais de vinte anos na indústria de turismo e imigração, se destaca como um empresário apaixonado por conectar pessoas a novas culturas e oportunidades. Formado em Turismo, sua missão é facilitar experiências transformadoras. Especializado em processos de vistos, ele enxerga cada cliente como uma história única, buscando transformar seus sonhos em realidade. Sua abordagem vai além da burocracia, focando em criar futuros, reunir famílias e abrir portas para novas possibilidades.